quarta-feira, 9 de setembro de 2009

RESUMO PARA O PROVÃO 3º E. MÉDIO

1. Filosofia e Religião

1.1. Filosofia e Religião
Filosofia e a Religião são duas elaborações que compõem a dimensão antropológica do ser humano, embora pareçam paradigmas antitéticos, ambas se completam como nos lembra o historiador do pensamento grego Werner Jaeger.
Religião e Filosofia representam elaborações do espírito humano embora com finalidades diferentes, o fim da filosofia é puramente cognoscitivo e a religião tem por finalidade a salvação escatológica.
A Filosofia relaciona-se com a religião desde sua origem entre os séculos VII e VI a.C. na Grécia Antiga. A Filosofia nasce da necessidade de responder questões sobre o mundo natural e o homem (Cosmologia, antropologia e ética) que não foram respondidas pela Religião (discurso mítico – religioso). Segundo Werner Jaeger a filosofia não contrapõem o discurso religioso, ambas tem as mesmas preocupações como justiça, virtude, relação entre o bem e o mal...

1.1.1. Discurso filosófico e discurso religioso
A) Discurso filosófico: é marcado pelo questionamento sucessivo, por criticar a fundamentação sobre o saber afirmado, o método utilizado pela filosofia é racional o filósofo deve usar a razão crítica (argumentação lógico-racinal).
B) Discurso religioso: apresenta-se com uma narrativa marcada por metáforas, parábola e analogias. Também é um discurso acrítico sem fundamentação crítica.

Exemplo
O texto abaixo tem características do discurso filosófico


“ Toda a arte e toda investigação, bem como toda ação e toda a escolha, visam a um bem qualquer; e por isso foi dito, não se razão, que o bem é aquilo a que as coisas tendem. Mas entre os fins observa-se uma certa diversidade: alguns são atividades, outros são produtos distintos das atividades das quais resultam; e onde há fins distintos das ações, tais fins são, por natureza, mais excelentes do que as ultimas.
Mas como muitas são as ações, artes e ciências, muitas também são as finalidades. O fim da medicina é a saúde, o da construção naval de navios (...).
Se existe, então para as coisas, algum fim, que desejamos por si mesmo e tudo o mais é desejado por causa dele; e se nem toda coisa escolhemos visando à outra (porque se fosse assim, o processo se repetiria até o infinito, e inútil e vazio seria o nosso desejar), evidentemente tal fim deve ser o bem, ou melhor, o sumo bem.” Aristóteles, Ética a Nicômaco. São Paulo, Martin Claret. 2002. Pg 17.
Neste texto pode-se perceber a (argumentação lógico-raciona) em que o autor propõe uma tese central (busca do sumo bem) utilizando argumentos secundários (todas as coisas tem uma finalidade; a construção naval de navios) para reforçar sua teoria.

O texto abaixo tem características do discurso religioso (mítico-religioso)

“... Narciso tinha uma irmã gêmea, com quem era imensamente parecido. Os dois jovens eram muito belos. A jovem morreu; Narciso, que amava muito, sentiu uma dor enorme e, num dia em que se viu numa fonte, julgou a princípio ver a irmã, e isso consolou-o do seu desgosto. Embora soubesse perfeitamente que não era a irmã quem via, ganhou o hábito de se olhar nas fontes, para se consolar da sua perda... Gabriel Chalita, Vivendo a Filosofia. São Paulo, Atual. 2004. Pg 22.
Neste trecho é narrada a história de Narciso que segundo a mitologia morreu adorando a própria imagem no rio, por isso termo narcisista é usado até hoje para designar pessoas que massageiam o próprio ego.

1.2. O homem como ser político

1.2.1. Filosofia e Política
De acordo com a filósofa Marilena Chaui no livro Convite à filosofia diz que o termo política tem três significados relacionados.

1. Governo: As pessoas confundem governo com Estado, o governo diz respeito a programas e projetos que partem de uma parte para o todo e o Estado é o conjunto de instituições que permitem a ação do governo.
2. Atividade específica: realizada por profissionais (políticos) que pertencem a um partido e disputam o direito de governar ocupando um cargo.
3. Pejorativo: Conduta duvidosa e não muito confiável dos políticos (corrupção), esta é visão mais comum das pessoas sobre a política.

Bibliografia
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo, Martin Claret. 2002.

Caderno do Professor: Filosofia, Ensino Médio – 3ª Série, Volume 2. Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe, Adilton Luis Martins, Luiza Christov, Paulo Micelli, Renê José Trentin Silveira, - São Paulo; SEE, 2009.

CHALITA, Gabriel. Vivendo a filosofia. São Paulo. 2004.

CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo, Ática. 2003.

MORRA, Gianfranco. Filosofia para todos [tradução Maurício Pagotto Marsola]. São Paulo, Paulus. 2004.

OBS. Este resumo é apenas um roteiro para auxiliar nos estudos, portanto complemente com a matéria que foi trabalhada em sala de aula.
Bom estudo!!!!