segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A Banalização do Mal, Segundo Hannah Arendt


Como fundamentar a superfluidade da vida humana perante sua burocratização, que desconhece ou ignora sua condição humana diante da calamidade, banalizando atitudes maléficas. Com o olhar voltado ao julgamento de Otto Adolf Eichmann como compreender sua mecanicidade em relação às regras e diretrizes, legalizadas e legitimadas pelo sistema nazista. Como compreender o entendimento da parte de Eichmann do que é o mal e sua relação com o dever profissional, assim como relacionar o que pensa aquele que sofre algo que subentendesse um maléficio.

Refletir a teoria “arendtiana” acerca do entendimento sobre a banalização do mal e seus fundamentos teóricos. Trataremos principalmente de algumas características que fizeram parte do julgamento de Eichmann, e sua importância para compreensão do homem burocrático, que a partir de uma ética profissional promove o mal, legalizado e institucionalizado pelo sistema político.

Devido a grande importância e atualidade da filosofia proposta por Hannah Arendt, e suas significativas contribuições para o debate filosófico, tanto político como ético, sendo o tema bastante pontual, esta será nossa diretiva: a questão ética do homem burocrático e sua normalidade perante o mal praticado e institucionalizado pelo sistema político. Proporemos, a partir de uma análise da obra Eichmann em Jerusalém, compreender a banalidade do mal. Em sua obra Arendt relata sobre este tema a partir de uma descrição do julgamento do caso Eichmann, pondo em relevo as limitações assim como os equívocos ocorridos no processo. No seu relato, a autora faz apontamentos sobre a fragilidade do entendimento do mal, e principalmente a distorção daqueles que praticam atos que subentendesse maléficos.
Segundo Arendt, no banco dos réus não estava um sádico, mas um homem assustadoramente normal, que cumprindo às vezes de um bom funcionário, e obediente, buscando alcançar metas estabelecidas, desenvolvia, diga-se de passagem, muito bem o seu trabalho.
A partir da descrição de Arendt, iremos traçar um caminho que caracterize a superfluidade do homem burocrático, que age com naturalidade e orgulho o seu labor. Buscaremos fragmentos que demonstrem a institucionalização do mal, como algo constituído, arraigado em sistemas políticos, que a partir de um discurso civilizador promove a violência e a coerção. Que não remontam tempos antigos, mas tempos atuais, onde a violência não mais se vincula com aspectos emocionais ou irracionais, mas como parte integrante de um processo civilizador, que sendo monopolizado pelo Estado, abre mão da violência para salvaguardar o próprio Estado.
Assim podemos atribuir algumas características da banalização do mal, sejam eles, o progresso positivista, a superfluidade do sujeito, a burocratização do sujeito, entre outros aspectos, os grandes contribuintes na institucionalização e burocratização mal


ARENDT, Hannah. Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal. Trad. José Rubens Siqueira São Paulo: Companhia das Letras. 1999.

AMITRANO, Georgia Cristina. Ecos de Razão e Recusa: Uma Filosofia da Revolta
de Homens em Tempos Sombrios. Georgia Cristina Amitrano: Rio de Janeiro, 2007.

Adeilton Lopes
Professor de Filosofia da Rede Pública de Ensino do Estado de São Paulo.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Resumo para o provão 3º E. M. (2º Bimestre 2010)

1. Filosofia e Religião

1.1. Filosofia e Religião


Filosofia e a Religião são duas elaborações que compõem a dimensão antropológica do ser humano, embora pareçam paradigmas antitéticos, ambas se completam como nos lembra o historiador do pensamento grego Werner Jaeger.
Religião e Filosofia representam elaborações do espírito humano embora com finalidades diferentes, a fim da filosofia é puramente cognoscitivo e a religião tem por finalidade a salvação escatológica.

a) Filosofia: relaciona-se com a religião desde sua origem entre os séculos VII e VI a.C. na Grécia Antiga. A Filosofia nasce da necessidade de responder questões sobre o mundo natural e o homem (Cosmologia, antropologia e ética) que não foram respondidas pela Religião (discurso mítico – religioso).

Segundo Werner Jaeger a filosofia não contrapõem o discurso religioso, ambas tem as mesmas preocupações como justiça, virtude, relação entre o bem e o mal...

1.1.1. Discurso filosófico e discurso religioso
a) Discurso filosófico: é marcado pelo questionamento sucessivo, por criticar a fundamentação sobre o saber afirmado, o método utilizado pela filosofia é racional o filósofo deve usar a razão crítica (argumentação lógico-racinal).

b) Discurso religioso: apresenta-se com uma narrativa marcada por metáforas, parábola e analogias. Também é um discurso acrítico sem fundamentação crítica.

Exemplo:
Os textos abaixo tem características do discurso filosófico

Texto A
“ Toda a arte e toda investigação, bem como toda ação e toda a escolha, visam a um bem qualquer; e por isso foi dito, não se razão, que o bem é aquilo a que as coisas tendem. Mas entre os fins observa-se uma certa diversidade: alguns são atividades, outros são produtos distintos das atividades das quais resultam; e onde há fins distintos das ações, tais fins são, por natureza, mais excelentes do que as ultimas.
Mas como muitas são as ações, artes e ciências, muitas também são as finalidades. O fim da medicina é a saúde, o da construção naval de navios (...).
Se existe, então para as coisas, algum fim, que desejamos por si mesmo e tudo o mais é desejado por causa dele; e se nem toda coisa escolhemos visando à outra (porque se fosse assim, o processo se repetiria até o infinito, e inútil e vazio seria o nosso desejar), evidentemente tal fim deve ser o bem, ou melhor, o sumo bem.” Aristóteles, Ética a Nicômaco. São Paulo, Martin Claret. 2002. Pg 17.


Neste texto pode-se perceber a (argumentação lógico-raciona) em que o autor propõe uma tese central (busca do sumo bem) utilizando argumentos secundários (todas as coisas tem uma finalidade; a construção naval de navios) para reforçar sua teoria.


Texto A1

Ética e ação política
A modernidade começa com uma desilusão: quando se percebe que do bem não decorre o bem. Maquiavel faz essa terrível constatação – aquilo que, no plano privado ou pessoal ou religioso , é bom e merece elogios, pode redundar em catástrofe no campo da política. Alguns dizem que, com isso, o pensador italiano terá separado a política e a ética, proclamando a primeira como imoral ou pelo menos amoral. Não é verdade. Maquiavel mostra-se exigente com o seu príncipe, ou seja, com aquele que governa os demais homens: nada mais errado do que imaginar as regras que presidem a sua ação como efetuando uma desqualificação daquela que seria a verdadeira ética, ou seja, a pessoal ou religiosa. Ninguém compreenderá nada de Maquiavel, ou da política moderna, se não tiver isso bem em mente. Podemos, isso sim, falar em duas éticas, como faz Max Weber, nisso claramente tributário do florentino.
O tema das duas éticas, ou melhor, o da segunda ética, da que o estadista pratica, tornou-se estes últimos anos um dos tópicos centrais da fala de um presidente brasileiro formado nas ciências sociais. Ele próprio um cientista político, parte significativa de sua fala consistiu em atacar a ingenuidade daqueles que pensam que o líder político deveria pautar sua ação por regras morais. Não se pode dizer que o seu discurso, nesse campo, seja original: não pretende sê-lo. Ele e seus partidários retomam, basicamente, o que Weber disse. Isso em nada reduz a importância de seu discurso. Ao político, não cabe tanto a originalidade, mas o endosso e a execução. Enquanto no mundo das idéias a novidade, a originalidade contam enormemente, no da ação o que vale mesmo é pô-las em prática. O pensador escreve, o político assina. Os próprios intelectuais têm consciência disso, quando se cansam de apenas especular e procuram um príncipe – um tirano de Siracusa no caso de Platão, um rei da Prússia para Voltaire, uma czarina da Rússia para Diderot – que converta em carne o seu verbo. A essa busca geralmente se segue uma decepção, mas nem por isso deixa, quem filosofa sobre a ação, de procurar aquele que transforme em prática a sua teoria.(...)
Renato Janine Ribeiro (Departamento de Filosofia – USP)
Fonte: http://www.cefetsp.br/edu/eso/filosofia/textosfilosofiaaulas2005b.html acessado em 09/06/2010.


Os textos abaixo tem características do discurso religioso (mítico-religioso)

Texto B
“... Narciso tinha uma irmã gêmea, com quem era imensamente parecido. Os dois jovens eram muito belos. A jovem morreu; Narciso, que amava muito, sentiu uma dor enorme e, num dia em que se viu numa fonte, julgou a princípio ver a irmã, e isso consolou-o do seu desgosto. Embora soubesse perfeitamente que não era a irmã quem via, ganhou o hábito de se olhar nas fontes, para se consolar da sua perda... Gabriel Chalita, Vivendo a Filosofia. São Paulo, Atual. 2004. Pg 22.


Neste trecho é narrada a história de Narciso que segundo a mitologia morreu adorando a própria imagem no rio, por isso termo narcisista é usado até hoje para designar pessoas que massageiam o próprio ego.

Texto B1

Mito de Pandora

Na Mitologia Grega, Pandora foi a primeira mulher criada por ordem de Zeus (deus dos deuses) como parte de um castigo a Prometeu (titã amigo dos homens) por este ter revelado o segredo do fogo para a humanidade.
Prometeu roubou as sementes do deus Hélio (deus do fogo) e repassou aos homens para que estes pudessem cozinhar e fazer tarefas domésticas. Enfurecido, Zeus resolveu criar uma mulher que tivesse várias qualidades de diversos deuses. Pandora tinha o poder de sedução da deusa Atena.
Prometeu se casou com Pandora. De acordo com o mito, a humanidade tinha vivido em harmonia até aquele momento, porém Pandora resolveu abrir sua ânfora (a expressão "caixa de pandora" foi criada no Renascimento) que continha todos os males da humanidade e liberou todas as desgraças (vícios, doenças, loucura, pobreza, pragas, violência, crimes, etc).

Fonte: http://www.suapesquisa.com/mitologiagrega/pandora.htm acessado em 07/06/2010

1.2. O homem como ser político

1.2.1. Filosofia e Política

De acordo com a filósofa Marilena Chaui no livro Convite à filosofia diz que o termo política tem três significados relacionados.

1. Governo: As pessoas confundem governo com Estado, o governo diz respeito a programas e projetos que partem de uma parte para o todo e o Estado é o conjunto de instituições que permitem a ação do governo.
2. Atividade específica: realizada por profissionais (políticos) que pertencem a um partido e disputam o direito de governar ocupando um cargo.
3. Pejorativo: Conduta duvidosa e não muito confiável dos políticos (corrupção), esta é visão mais comum das pessoas sobre a política.

Bibliografia
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo, Martin Claret. 2002.

Caderno do Professor: Filosofia, Ensino Médio – 3ª Série, Volume 2. Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe, Adilton Luis Martins, Luiza Christov, Paulo Micelli, Renê José Trentin Silveira, - São Paulo; SEE, 2009.

CHALITA, Gabriel. Vivendo a filosofia. São Paulo. 2004.

CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo, Ática. 2003.

MORRA, Gianfranco. Filosofia para todos [tradução Maurício Pagotto Marsola]. São Paulo, Paulus. 2004.

OBS. Este resumo é apenas um roteiro para auxiliar nos estudos, portanto complemente com a matéria que foi trabalhada em sala de aula.
Bom estudo!!!

Resumo para o provão 2º E. M. (2º Bimestre 2010)

1. Introdução à ética.

1.1. O que é a ética e a moral?

Ética: é uma investigação, ou seja, uma reflexão filosófica sobre o agir humano e seu valor.
Moral: é um conjunto de princípios e regras definidas por uma sociedade.

1.2. Diferenças entre ética e moral.

Ética: define o que é bom e o que é mau, segundo as circunstâncias.
Moral: define o que é bom e o que é mau, antes das ações.

1.3. Critérios éticos de Sócrates. Aristóteles e Epicuro.

1.3.1. Os critérios de Sócrates

Essência do homem: é sua alma inteligente, por isso fazer o bem é conhecer essa alma inteligente.

Virtude: é a ciência (conhecimento).
Vício: é o que contraria a virtude, ou seja, a ignorância.

1.3.2. Os critérios de Aristóteles

Aristóteles: O homem é sua alma inteligente e sua finalidade é a felicidade.

 O que é a felicidade do homem?
Desenvolver sua racionalidade.

Segundo Aristóteles a alma é dividida em três partes:
a) Vegetativa: responsável pelas necessidades básicas (comer, beber, dormir, reproduzir).
b) Sensitiva: ligada as sensações e ao movimento.
c) Intelectiva: responsável pelo uso da razão (pensamento).

Felicidade: deve ocorrer em todas as partes da alma e o conhecimento deve fazer com que não haja exagero em qualquer parte da alma.

Virtude: é o equilíbrio.
Vicio: é o desequilíbrio.

1.3.3. Os critérios de Epicuro

Para Epicuro o prazer é o princípio ético da vida, por isso, o bem é o prazer e o mal é aquilo que causa dor e sofrimento.

Escolha do Homem: deve evitar a dor e o sofrimento e por isso a razão deve levar a busca do prazer.

Virtude: Prazer
Vicio: é a dor e o sofrimento.


2. A liberdade

2.1. Destino e determinismo

Destino: significa que o homem está determinado, não pode escolher para onde vai, o que fazer.
Algo decide por nós. E não há nada que possamos fazer para mudar o futuro ou o presente, pois tudo já foi decidido (determinado).

2.2. Liberdade

Liberdade: é teoria pela qual temos a escolha de agir de uma forma ou de outra. É decidir e agir como se quer sem uma determinação casual.


3. Introdução à Teoria do Indivíduo

3.1. O indivíduo possessivo em John Locke

O filósofo inglês John Locke nasceu em Wrington em 1632 morreu em Essex em 1704. É um dos defensores do empirismo inglês (corrente filosófica que defende que nascemos como uma tabula rasa “folha em branco” e adquirimos o conhecimento a partir da experiência).

3.1.1. O indivíduo possessivo
Locke e outros filósofos contratualistas (Hobbes e Rousseau) pensavam a vida do homem em sua origem, o que eles denominavam de estado de natureza.
Segundo John Locke no estado de natureza os homens são livres, não dependem da vontade dos outros homens, vivem em situação de igualdade, pois recebem as mesmas vantagens da natureza. Neste estado a vida era instituída por lei própria, e a razão é a lei natural por excelência que os homens devem respeitar, ou seja, ela a razão era o que norteava todos os princípios deste estado de natureza. E os homens no estado de natureza viviam em situação de paz.

3.1.2. O que faz o homem sair do estado de natureza e criar a sociedade
Quando o homem subjulga outro homem impondo sua vontade instala –se o estado de guerra. E para recuperar a paz que é uma das características do estado natural utilizaria o “poder político”.
O poder político tem como função fazer o homem que vivia em estado de natureza a viver em sociedade com uma organização de governos e leis, preservando a liberdade que o bem maior no estado de natureza.

Bibliografia: Caderno do Professor: Filosofia, Ensino Médio – 2ª Série, Volume 1. Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe, Adilton Luis Martins, Luiza Christov, Paulo Micelli, Renê José Trentin Silveira, - São Paulo; SEE, 2009.
Caderno do Professor: Filosofia, Ensino Médio – 2ª Série, Volume 2. Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe, Adilton Luis Martins, Luiza Christov, Paulo Micelli, Renê José Trentin Silveira, - São Paulo; SEE, 2009.


OBS. Este resumo é apenas um roteiro para auxiliar nos estudos, portanto complemente com a matéria que foi trabalhada em sala de aula.
Bom estudo!!!!

Resumo para o provão 1º E. M. (2º Bimestre 2010)

1. Períodos da História da Filosofia

1.1 O que é a História da Filosofia?

História da filosofia:
Introduz a Filosofia na história compreendendo a tradição, tendo objetivos e problemas próprios inserido em épocas e lugares.

1.2 Períodos da História da Filosofia

a) Filosofia Antiga: divide – se em quatro períodos (Pré – socrático, Socrático, Sistemático, Helenístico).
Sua principal característica no início se volta para a cosmologia, depois com Sócrates, Platão e Aristóteles a investigação filosófica gira em torno das questões éticas e antropológicas, e no seu final se da na relação inicial entre o cristianismo e a Filosofia.

b) Filosofia Medieval: a característica fundamental é a discussão entre a fé e a razão, ou seja, separar o que pertence a Deus e o que pertence aos homens.

c) Filosofia Moderna: preocupa – se com o homem racional e livre, as mudanças políticas e a confiança na ciência empírica.
A Igreja Católica começa a perder a hegemonia que perdurou por toda a idade média.

d) Filosofia Contemporânea: Inspira – se na Revolução Francesa e na Revolução Industrial e no processo de desumanização do homem.


2. Introdução à Filosofia da Ciência

2.1. Dedução e Indução

A dedução é uma inferência em que se parte do universal para o particular. Ela é uma atividade lógica – racional (pensamento) e é somente ela que valida o conhecimento científico. A maior parte das pessoas partem do senso comum pensam que a ciência é validada pela experiência, mas é um engano terrível porque a ela é validada somente pela razão (dedução).
Por indução entende-se um método de pensamento em que se parte do particular para o universal. A indução está ligada a experiência (observação), a partir dela cria-se uma lei.

Observe os blocos de informações (A, A1, A2) e (B)

Bloco A
(1 Premissa) Todo cão tem asas e voa.
(2 Premissa) Rex é um cão.
(Conclusão) Logo, Rex tem asas e voa.


Bloco A1
(1 Premissa) Todo A é B.
(2 Premissa) Todo C é A.
(Conclusão) Logo, todo C é B

Bloco A2
(1 Premissa) Todo HOMEM (A) é MORTAL (B).
(2 Premissa) SÓCRATES (C) é HOMEM (A).
(Conclusão) Logo, SÓCRATES (C) é MORTAL (B).

Os blocos (A, A1 e A2) acima são um exemplos clássicos de deduções válidas, o que valida estas inferências é a estrutura em que se parte de uma ideia universal (todo) para uma ideia particular (Rex, que é um cão particular) aplica - se este mesmo racíocinio dedutivo aos outros exemplos A1 1 A2.

Bloco B
(1 Premissa) Alguns cães são raivosos.
(2 Premissa) Rex é um cão.
(Conclusão) Logo, todos os cães são raivosos.

O bloco B é uma indução em que os argumentos são incompletos, pois utilizam duas afirmações (premissas) particulares e tenta-se chegar a uma conclusão generalizada.

2.2. David Hume e conceito não crítico da ciência quando se usa a indução

O filósofo escocês David Hume nasceu em Edimburgo em 1711 e morreu no ano de 1776 na mesma cidade. Segundo o escocês as Ideias nascem da experiência e a mente se constitui de percepções que se dividem em: impressões que são as percepções mais vivas (experiência) como ouvir, ver, tocar... e as ideias que são recordações percepções mais fracas (lembrar do gosto do chocolate, lembrar da dor que sentiu ao quebrar a perna).
Para Hume o problema maior da indução é formular teorias a partir de experiências (observação) ao se repetir as mesmas condições tenta-se prever um acontecimento.

2.2.1. A ciência versus a indução

A ciência é uma atividade racional (dedutiva, lógica), enquanto a indução parte exclusivamente da experiência, esta pode até parecer racional, mas não ela está envolvida com os sentidos.
Ex: Não é por que eu vejo o sol nascer todos os dias, ele terá que nascer amanhã. A natureza não se submete as experiências ou a razão humana.

2.2.2. Os problemas da indução.

 A observação como fonte objetiva (será que vemos, sentimos, ouvimos da mesma maneira?).
 A relação entre teoria e experiência.

2.3. O falsificacionismo

Karl Popper(1902 – 1994) é um dos filósofos defensor desta teoria, atribuindo que o valor do conhecimento científico não vem da experiência, mas na possibilidade da teoria ser falseada (contrariada).
Para os falsificasionistas a teoria precede a experiência, por isso toda explicação é hipotética, mas é a melhor que temos para explicar tal fenômeno. Também segundo os filósofos que seguem esta corrente filosófica da ciência, a teoria deve ser falseada muitas vezes; quanto mais uma teoria pode ser falseada, melhor será. Ao ser contrariada (falseada) a teoria pode ser melhorada ou jogada fora.

2.3.1. Os critérios para uma boa teoria segundo o falsificacionismo

Para os falsificacionistas existem três critério que tornam uma teoria muito boa.
 A teoria tem que ser clara e precisa; quanto mais específica melhor.
 Deve permitir a falsificabilidade; quanto mais melhor.
 Deve ser ousada, para permitir o progresso científico e um aprofundamento da realidade.
As teorias que não podem ser falseadas não são boas teorias, pois não contribuem em nada no processo científico. Por exemplo: o quadrado tem quatro lados iguais (esta teoria nada acrescenta de novo a ciência), seu eu contrariar dizendo que o quadrado não tem quatro lados iguais, não estaríamos falando de um quadrado, é impossível imaginar tal absurdo.

2.4. O progresso da ciência

Para os falsificacionistas a ciência progride pela tentativa de superar a teoria. Mas para o físico americano Thomas Kuhn a ciência é uma atividade racional e humana, por isto é perpassada pelos problemas relativos à dimensão humana.

2.4.1. Pensar a ciência com base a racionalidade e os problemas humanos

Segundo Kuhn a ciência pode ser refletida seguindo uma linha que mostra o processo do desenvolvimento científico: (1) pré – ciência, (2) ciência normal, (3) crise, (4) revolução científica e (5) nova ciência normal.
Para Thomas Kuhn o conceito principal é o de paradigma que é o modelo de ciência normal. Os cientistas orientam suas pesquisas nestes modelos para preservar a verdade científica e tudo o que não se encaixa neste paradigma é considerado anomalia.

Bibliografia: Caderno do Professor: Filosofia, Ensino Médio – 1ª Série, Volume 1. Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe, Adilton Luis Martins, Luiza Christov, Paulo Micelli, Renê José Trentin Silveira, - São Paulo; SEE, 2009.
Caderno do Professor: Filosofia, Ensino Médio – 1ª Série, Volume 2. Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe, Adilton Luis Martins, Luiza Christov, Paulo Micelli, Renê José Trentin Silveira, - São Paulo; SEE, 2009.

OBS. Este resumo é apenas um roteiro para auxiliar nos estudos, portanto complemente com a matéria que foi trabalhada em sala de aula.
Bom estudo!!!!

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Resumo para o provão 1º Ensino Médio (1ºBim - 2010)

1. Porque estudar Filosofia?

1.1 O que é Filosofia?
Filosofia
: é uma reflexão crítica a respeito do conhecimento e da ação, a partir da análise dos pressupostos do pensar e do agir.
Reflexão crítica: pensar com critérios, analisar seu processo de pensar e de agir no mundo.

1.2 Para que serve o estudo da Filosofia?
Filosofia: é uma reflexão crítica (instrumento de trabalho) que visa auxiliar o adolescente (conhecimento e ação) no processo de formação da formação da cidadania (objetivo)

Filosofia
• Reflexão crítica (instrumento)
• Cidadania (objetivo final)

1.3 Etimologia da palavra Filosofia
Etimologia: e o estudo relacionado a origem da palavra, onde ela surgiu.

A Filosofia (philosophia) é uma palavra de origem grega que significa: amigo da sabedoria.
philo= vem da palavra “philia” = amigo, amante, amor fraterno.
sophia= sabedoria.

1.4 Filósofos: Sócrates, Platão e Aristóteles

Sócrates (469 – 399 a.C.)
• Nasceu e morreu em Atenas.
• O ponto fundamental de sua filosofia é o autoconhecimento “conhece – te a ti mesmo”.
• Sua Filosofia se desenvolveu através do diálogo crítico dividido em duas etapas: Ironia e Maiêutica
Ironia: Sócrates formula perguntas para seu interlocutor, fingindo ser totalmente ignorante, enfatizando a sabedoria da outra pessoa, inserindo muitas perguntas ingênuas para envolver o seu oponente em contradições sem solução.
Maiêutica: é o parto das idéias, Sócrates faz as pessoas tirarem de dentro da sua alma a sabedoria que estava dentro de si.
• Foi condenado a morte bebendo cicuta sob a acusação de corromper a juventude e por não crer nos deuses da cidade.

Platão (427 – 347 a.C)
• Nasceu e morreu em Atenas
• Pertencia a uma família de aristocratas que faziam parte do processo político de Atenas.
• Conheceu Sócrates na juventude e se tornou seu discípulo, sua intenção era aprender Filosofia para utilizar na carreira política, mas depois da condenação de Sócrates a morte pela democracia ateniense acaba ficando desiludido com a política de Atenas.
Teoria das Ideias: procura explicar como se desenvolve o processo do conhecimento no homem. Ele divide a realidade me dois pólos um chamando de mundo sensível (nosso mundo real) que é somente de aparência por isso o conhecimento neste mundo só temos opinião, observamos unicamente as imagens das idéias verdadeiras; outro pólo e o mundo das idéias, ou seja, o mundo verdadeiro real onde existem as ideias que são a realidade definitiva e a Ideia do Bem e a mais alta na hierarquia neste mundo pensado por Platão. Segundo o filósofo grego o mundo sensível é de aparência, pois ele foi plasmado por um deus artífice chamado Demiurgo que contemplou a realidade verdadeira (Mundo da Ideias) e criou a mundo sensível.

Aristóteles (384 – 322 a.C)
• Nasceu em Estagira (Macedônia)
• Aos 18 anos conheceu Platão e se tornou seu discípulo ao ingressar na academia platônica em Atenas.
• No ano de 335 a.C. fundou sua escola o Liceu em Atenas; como Aristóteles era estrangeiro ele não poderia utilizar qualquer estabelecimento para sua escola. Ele dava as aulas caminhando por isso seus alunos eram chamados de peripatéticos “aqueles que caminham”.
• Foi professor de Alexandre o Grande.

SER: era concebido através dos conceitos de Ato e Potência
Ato: manifestação atual do Ser
Potência: capacidade de vir a ser

2. Introdução ao empirismo e ao criticismo
Empirismo
: corrente filosófica que defende a aquisição do conhecimento através dos sentidos (experiência sensorial), temos como representante John Locke

Criticismo: doutrina Kantiana que estuda as condições de validade e os limites do uso que podemos fazer de nossa razão.

2.1 John Locke (1632 – 1704)
• Filósofo inglês
• Afirmava que as ideias são formadas através da experiência dos sentidos.

Ensaio acerca do entendimento humano (1690)
Para John Locke a mente é um papel branco sem qualquer ideia, por isso ele questiona de onde apreendemos as matérias da razão e do conhecimento, chega a conclusão que o conhecimento nasce da experiência.

Experiência: possibilita o conhecimento e fazemos experiência dos objetos sensíveis externos e também das operações internas da mente.

2.2 Immanuel Kant (1724 – 1804)
• Filósofo alemão
• Criou o criticismo para investigar as possibilidades do conhecimento (julgar e estabelecer os limites da razão)

Crítica da Razão Pura (1781, 1787 2ªed.)
Neste livro Kant afirma na distinção entre o conhecimento puro e o empírico que o conhecimento nasce da experiência, mas ele se questiona se existe um conhecimento independente da experiência.
Kant chega a conclusão de que existe duas formas de conhecimento:

A. Conhecimento a posteriori: é fundado e posterior a experiência.
B. Conhecimento a priori: é independente, anterior e distinto da experiência.

Resumo para o provão 2º Ensino Médio (1ºBim - 2010)

1.O Eu Racional

1.1 René Descartes (1596 – 1650)
• Nasceu em La Haye (França)
• Morreu em Estocolmo (Suécia)
• É considerado pai da Filosofia Moderna

Projeto Filosófico

O filósofo René Descartes queria criar um novo modelo de ciência para buscar a verdade, pois acreditava que a ciência antiga era errada. No livro Discurso Sobre o Método o filósofo francês afirma que o bom senso (razão) faz parte do homem, mas comete falhas ao usar incorretamente a razão o que conduz ao erro.
Descartes buscou criar um método para chegar a uma verdade absoluta que é a dúvida hiperbólica.

Dúvida: método para chegar a uma ideia clara e distinta.
Duvida é pensar.

Regras do método cartesiano
• Idéias claras e distintas
• Decompor o problema
• Reconstruir do simples para o complexo
• Enumerar, rever todo o processo

Meditações metafísicas
• Nota com clareza que duvida e se duvida pensa.
• Cogito ergo sum (penso, logo existo)

Toda a teoria de Descartes é firmada pelo (penso, logo existo).

1.2 Como pensamos?
A filosofia divide esta atividade em três partes: juízo, percepção e razão.
• Juízo: atividade intelectual de escolha, avaliação e decisão.
• Percepção: é o exame da sensação, podemos a partir disso conhecer o mundo.
• Razão: é a lógica, ou seja, as regras do pensar.
Ex: ao comprar o carro eu uso o juízo ao escolher a cor, o modelo, o preço; ao sair pra fazer um teste drive você pode perceber se o carro é macio, confortável, se é estável nas curvas e por fim utilizo a razão ao criar uma estratégia para negociar a melhor forma de pagar.

2. Introdução à Ética

• Ética é uma investigação, é uma reflexão filosófica sobre o agir humano e seu valor.
• Moral é um conjunto de princípios e regras definidas por uma sociedade.

Resumo para o provão 3º Ensino Médio (1ºBim - 2010)

1. O preconceito em relação à Filosofia

1.1 Definição de Filosofia
Filosofia: é uma reflexão crítica a respeito do conhecimento e da ação, a partir da analise dos pressupostos do pensar e do agir, portanto, como fundamentação teórica e critica dos conhecimentos e das práticas. (PCN)

1.2 Tales de Mileto (fl. C. 585 a. C.)
• Foi o indicador da physis
Physis: natureza no “sentido moderno”; realidade primeira e originária de fundamental no “sentido antigo”
• Afirmou que o princípio (arché) causa das coisas que são é a água.

1.3 Pré – Socráticos
• A denominação é puramente cronológica criada para designar os filósofos que vieram antes de Sócrates.
• Preocupavam investigar o princípio que dá origem a todas as coisas, construindo uma explicação racional para suas indagações sobre a origem do mundo, do cosmos (universo).
• Buscavam dar uma explicação racional para a natureza a partir dela mesmo para ir ao encontro da origem do cosmos.
• Eram conhecidos como cosmológos ou filósofos da natureza.

1.4. Sócrates (469 – 399 a. C.)
• Nasceu e morreu em Atenas.
• Sua problemática distingue dos Pré – Socráticos (buscava uma explicação racional para a origem da natureza) enquanto o filósofo ateniense muda seu foco para as questões do homem (antropológica) da polis como a ética, política e sociedade.
• Em 399 a. C. foi condenado a morte bebendo cicuta, por corromper a juventude e não crer nos deuses da cidade.
• O ponto fundamental de sua filosofia é o autoconhecimento “conhece – te a ti mesmo”.
• Sua Filosofia se desenvolveu através do diálogo crítico dividido em duas etapas: Ironia e Maiêutica
Ironia: Sócrates formula perguntas para seu interlocutor, fingindo ser totalmente ignorante, enfatizando a sabedoria da outra pessoa, inserindo muitas perguntas ingênuas para envolver o seu oponente em contradições sem solução.
Maiêutica: é o parto das idéias, Sócrates faz as pessoas tirarem de dentro da sua alma a sabedoria que estava dentro de si.