quarta-feira, 9 de junho de 2010

Resumo para o provão 3º E. M. (2º Bimestre 2010)

1. Filosofia e Religião

1.1. Filosofia e Religião


Filosofia e a Religião são duas elaborações que compõem a dimensão antropológica do ser humano, embora pareçam paradigmas antitéticos, ambas se completam como nos lembra o historiador do pensamento grego Werner Jaeger.
Religião e Filosofia representam elaborações do espírito humano embora com finalidades diferentes, a fim da filosofia é puramente cognoscitivo e a religião tem por finalidade a salvação escatológica.

a) Filosofia: relaciona-se com a religião desde sua origem entre os séculos VII e VI a.C. na Grécia Antiga. A Filosofia nasce da necessidade de responder questões sobre o mundo natural e o homem (Cosmologia, antropologia e ética) que não foram respondidas pela Religião (discurso mítico – religioso).

Segundo Werner Jaeger a filosofia não contrapõem o discurso religioso, ambas tem as mesmas preocupações como justiça, virtude, relação entre o bem e o mal...

1.1.1. Discurso filosófico e discurso religioso
a) Discurso filosófico: é marcado pelo questionamento sucessivo, por criticar a fundamentação sobre o saber afirmado, o método utilizado pela filosofia é racional o filósofo deve usar a razão crítica (argumentação lógico-racinal).

b) Discurso religioso: apresenta-se com uma narrativa marcada por metáforas, parábola e analogias. Também é um discurso acrítico sem fundamentação crítica.

Exemplo:
Os textos abaixo tem características do discurso filosófico

Texto A
“ Toda a arte e toda investigação, bem como toda ação e toda a escolha, visam a um bem qualquer; e por isso foi dito, não se razão, que o bem é aquilo a que as coisas tendem. Mas entre os fins observa-se uma certa diversidade: alguns são atividades, outros são produtos distintos das atividades das quais resultam; e onde há fins distintos das ações, tais fins são, por natureza, mais excelentes do que as ultimas.
Mas como muitas são as ações, artes e ciências, muitas também são as finalidades. O fim da medicina é a saúde, o da construção naval de navios (...).
Se existe, então para as coisas, algum fim, que desejamos por si mesmo e tudo o mais é desejado por causa dele; e se nem toda coisa escolhemos visando à outra (porque se fosse assim, o processo se repetiria até o infinito, e inútil e vazio seria o nosso desejar), evidentemente tal fim deve ser o bem, ou melhor, o sumo bem.” Aristóteles, Ética a Nicômaco. São Paulo, Martin Claret. 2002. Pg 17.


Neste texto pode-se perceber a (argumentação lógico-raciona) em que o autor propõe uma tese central (busca do sumo bem) utilizando argumentos secundários (todas as coisas tem uma finalidade; a construção naval de navios) para reforçar sua teoria.


Texto A1

Ética e ação política
A modernidade começa com uma desilusão: quando se percebe que do bem não decorre o bem. Maquiavel faz essa terrível constatação – aquilo que, no plano privado ou pessoal ou religioso , é bom e merece elogios, pode redundar em catástrofe no campo da política. Alguns dizem que, com isso, o pensador italiano terá separado a política e a ética, proclamando a primeira como imoral ou pelo menos amoral. Não é verdade. Maquiavel mostra-se exigente com o seu príncipe, ou seja, com aquele que governa os demais homens: nada mais errado do que imaginar as regras que presidem a sua ação como efetuando uma desqualificação daquela que seria a verdadeira ética, ou seja, a pessoal ou religiosa. Ninguém compreenderá nada de Maquiavel, ou da política moderna, se não tiver isso bem em mente. Podemos, isso sim, falar em duas éticas, como faz Max Weber, nisso claramente tributário do florentino.
O tema das duas éticas, ou melhor, o da segunda ética, da que o estadista pratica, tornou-se estes últimos anos um dos tópicos centrais da fala de um presidente brasileiro formado nas ciências sociais. Ele próprio um cientista político, parte significativa de sua fala consistiu em atacar a ingenuidade daqueles que pensam que o líder político deveria pautar sua ação por regras morais. Não se pode dizer que o seu discurso, nesse campo, seja original: não pretende sê-lo. Ele e seus partidários retomam, basicamente, o que Weber disse. Isso em nada reduz a importância de seu discurso. Ao político, não cabe tanto a originalidade, mas o endosso e a execução. Enquanto no mundo das idéias a novidade, a originalidade contam enormemente, no da ação o que vale mesmo é pô-las em prática. O pensador escreve, o político assina. Os próprios intelectuais têm consciência disso, quando se cansam de apenas especular e procuram um príncipe – um tirano de Siracusa no caso de Platão, um rei da Prússia para Voltaire, uma czarina da Rússia para Diderot – que converta em carne o seu verbo. A essa busca geralmente se segue uma decepção, mas nem por isso deixa, quem filosofa sobre a ação, de procurar aquele que transforme em prática a sua teoria.(...)
Renato Janine Ribeiro (Departamento de Filosofia – USP)
Fonte: http://www.cefetsp.br/edu/eso/filosofia/textosfilosofiaaulas2005b.html acessado em 09/06/2010.


Os textos abaixo tem características do discurso religioso (mítico-religioso)

Texto B
“... Narciso tinha uma irmã gêmea, com quem era imensamente parecido. Os dois jovens eram muito belos. A jovem morreu; Narciso, que amava muito, sentiu uma dor enorme e, num dia em que se viu numa fonte, julgou a princípio ver a irmã, e isso consolou-o do seu desgosto. Embora soubesse perfeitamente que não era a irmã quem via, ganhou o hábito de se olhar nas fontes, para se consolar da sua perda... Gabriel Chalita, Vivendo a Filosofia. São Paulo, Atual. 2004. Pg 22.


Neste trecho é narrada a história de Narciso que segundo a mitologia morreu adorando a própria imagem no rio, por isso termo narcisista é usado até hoje para designar pessoas que massageiam o próprio ego.

Texto B1

Mito de Pandora

Na Mitologia Grega, Pandora foi a primeira mulher criada por ordem de Zeus (deus dos deuses) como parte de um castigo a Prometeu (titã amigo dos homens) por este ter revelado o segredo do fogo para a humanidade.
Prometeu roubou as sementes do deus Hélio (deus do fogo) e repassou aos homens para que estes pudessem cozinhar e fazer tarefas domésticas. Enfurecido, Zeus resolveu criar uma mulher que tivesse várias qualidades de diversos deuses. Pandora tinha o poder de sedução da deusa Atena.
Prometeu se casou com Pandora. De acordo com o mito, a humanidade tinha vivido em harmonia até aquele momento, porém Pandora resolveu abrir sua ânfora (a expressão "caixa de pandora" foi criada no Renascimento) que continha todos os males da humanidade e liberou todas as desgraças (vícios, doenças, loucura, pobreza, pragas, violência, crimes, etc).

Fonte: http://www.suapesquisa.com/mitologiagrega/pandora.htm acessado em 07/06/2010

1.2. O homem como ser político

1.2.1. Filosofia e Política

De acordo com a filósofa Marilena Chaui no livro Convite à filosofia diz que o termo política tem três significados relacionados.

1. Governo: As pessoas confundem governo com Estado, o governo diz respeito a programas e projetos que partem de uma parte para o todo e o Estado é o conjunto de instituições que permitem a ação do governo.
2. Atividade específica: realizada por profissionais (políticos) que pertencem a um partido e disputam o direito de governar ocupando um cargo.
3. Pejorativo: Conduta duvidosa e não muito confiável dos políticos (corrupção), esta é visão mais comum das pessoas sobre a política.

Bibliografia
ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo, Martin Claret. 2002.

Caderno do Professor: Filosofia, Ensino Médio – 3ª Série, Volume 2. Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini; equipe, Adilton Luis Martins, Luiza Christov, Paulo Micelli, Renê José Trentin Silveira, - São Paulo; SEE, 2009.

CHALITA, Gabriel. Vivendo a filosofia. São Paulo. 2004.

CHAUI, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo, Ática. 2003.

MORRA, Gianfranco. Filosofia para todos [tradução Maurício Pagotto Marsola]. São Paulo, Paulus. 2004.

OBS. Este resumo é apenas um roteiro para auxiliar nos estudos, portanto complemente com a matéria que foi trabalhada em sala de aula.
Bom estudo!!!