quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A Filosofia e o Homem

Qual é o papel da Filosofia em nosso século? Será ela útil ou inútil? Para respondermos a está indagação voltemos alguns séculos atrás, precisamente ao século VI a. C. na Grécia Antiga, para recontarmos o nascimento de tal nobre arte.
Antes do surgimento da Filosofia a cultura grega buscava respostas para seus questionamentos sobre o universo, sobre si, sobre o transcendente em seu discurso mítico-religioso, até um primeiro momento estas respostas eram suficientes para o homem grego, mas a medida, em que, a cultura e a economia foram crescendo e o contato com os outros povos a religião deixa de satisfazer os anseios homem.
É neste cenário que a Filosofia tem seu florescimento nas colônias Jônicas, principalmente em Mileto; ela passa a fazer parte da história da humanidade a partir do instante que o homem não consegue respostas para algumas perguntas que envolvem a geração e a corrupção dos seres, sobre o que é o homem e o Ser enquanto é, e os meios usados para responder tais questões não atendem mais as expectativas do homem grego.
Passado este assombro inicial do homem com o maravilhar do mundo, a Filosofia passa a ser praticada no continente precisamente em Atenas tomando uma dimensão ética e antropológica, pois o homem grego passa a preocupar-se com a coisa pública devido a democracia que era fruto da Pólis (Cidade- Estado) e com Sócrates, Platão e Aristóteles o foco da Filosofia passa a ter um caráter mais humano em que protagoniza uma busca ética (virtude) e política.
Como a passar dos séculos no período medieval a Filosofia passa a ter como companheira o cristianismo nas figuras de Agostinho até Tomas de Aquino que de certa forma tentaram unir o pensamento cristão com a racionalidade filosófica, no final da idade média e inicio do modernismo a filosofia é levada ao extremo com o fundador do empirismo Francis Bacon e com o racionalismo cartesiano (Descartes).
Neste período o homem quer uma maior independência buscando exatidão nas coisas iniciando um processo revolucionário tendo como pano de fundo o surgimento das ciências empíricas “especificas” e tão precisas como a matemática e sua valorização através do movimento humanista, mas será com Kant e Hegel que o filosofar abrirá novos rumos, o primeiro questionando as possibilidades e os limites da razão separando em realidade fenomênica e noumênica, e o segundo colocando a realidade em uma fenomenologia do Espírito Absoluto em que, o Espírito “pensamento” toma consciência de si mesmo.
Agora a Filosofia vai se desligando de sua gama metafísica, abrindo espaço para o século XIX e XX em que o processo filosófico ganha uma nova roupagem materialista com Marx, niilista com Nietzsche desvalorizando os valores da modernidade, a razão instrumental com os filósofos da Escola de Frankfurt, a hermenêutica de Paul Ricoeur, os lógicos como Wittgenstein e Frege.
A Filosofia é um movimento que banha toda a história da civilização ocidental que tem seu valor questionado as criações e os axiomas humanos, talvez ela não é útil em nosso século, pois pensar com critérios seja privilégio para poucos, mas digamos que ela é uma ferramenta útil para fazer o homem olhar para si “Nosce te ipsum” - Conhece-te a ti mesmo.